terça-feira, 22 de julho de 2008

QUEM É DOM PEDRO CASALDÁLIGA?

Dom Pedro Casaldáliga bispo emérito católico, nasceu aos 16 de fevereiro de 1928 em Balsareny (Barcelona) Catalunha, Espanha. Filho de lavrador/vaqueiro. Aos 15 anos ingressou na Congregação Claretiana, sendo sagrado sacerdote em Montjuïc, Barcelona, no dia 31 de maio de 1952. Em 1968, mudou-se para o Brasil.O Papa Paulo VI nomeou-o bispo prelado de São Félix do Araguaia-MT, no dia 27 de agosto de 1971.
Adepto da teologia da libertação foi muito criticado pelos setores conservadores da Igreja, que acusam essa corrente teológica de ser baseada no Marxismo, afirmando ainda ser uma traição aos conceitos básicos da fé, da liturgia e do catolicismo-tradicional. Sua primeira carta pastoral, relatando a realidade da prelazia e refletindo sobre o compromisso cristão em nome do Evangelho com a justiça e a paz, intitulou-se: “Uma Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social”. Escritor e poeta é autor de dezenas de livros, discos e vídeos sempre com o perfil da teologia de libertação. Dom Pedro já foi alvo de inúmeras ameaças de morte por causa do seu trabalho pastoral em defesa dos povos da amazônia. Retrato do exemplo e testemunho de vida, foram as primeiras denúncias de formas contemporâneas de escravidão no Brasil feitas em 1971 por Dom Pedro Casaldáliga, na Amazônia.
Em 12 de outubro de 1976, foi avisado que duas mulheres estavam sendo torturadas na delegacia da cidade. Imediatamente dirigiu-se para lá em companhia do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier. Após discutir com os policiais, o padre Burnier foi agredido e alvejado com um tiro na nuca. Após a missa de sétimo dia, houve uma procissão até a porta da delegacia, o imóvel foi destruído e os presos libertados. No local foi construída uma igreja.
Durante a ditadura militar, foi alvo de cinco processos de expulsão do Brasil. Em sua defesa, veio o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, impedindo que tal arbitrariedade acontecesse.
Dom Pedro Casaldáliga admite que a sabedoria popular tenha sido a sua grande mestra. Indagou a um posseiro o que ele esperava para seus filhos. O homem respondeu: “Quero apenas o mais ou menos para todos”. Pedro guardou a lição, lutando por um mundo em que todos tenham direito ao “mais ou menos”. Uma das primeiras frases de Pedro Casaldáliga, na missa que ficou registrada na memória: ”Que a nossa primeira atitude seja depositar no altar o medo. Nós não temos o direito de ter medo.”

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